segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O FAZENDEIRO E DEUS

Regis Danese - Deus da Família

A importância dos pais na formação dos seus filhos

A importância dos pais na formação dos seus filhos
João Everton da Cruz 

Ao fazermos uma reflexão sobre a educação estamos também fazendo uma reflexão acerca do destino do ser humano, sobre o lugar em que ele ocupa na natureza e também sobre as suas possíveis relações entre os outros seres. Sabemos que o processo educacional pode ser informal – através dos pais ou de qualquer outro adulto disposto a dar lições – ou formal – efetuado por uma pessoa ou grupo socialmente designados para isso. 
O primeiro diploma requerido para poder ensinar, seja ele formal ou informal, é ter vivido. Para alguém educar o outro é preciso ter vivido antes dele. Um jovem pode perfeitamente ensinar alguma coisa a alguém de mais idade, desde que tenha vivido o conhecimento que se está ensinando. Daí a ideia de que todos os seres humanos são capazes de ensinar. Cada um tem algo a ensinar. Ninguém é vazio de tudo.
A essência do processo educacional não é tanto o mero aprender, mas o aprender a conviver com os outros. O fato de ensinarmos aos nossos semelhantes e de aprender com eles são mais importantes para o estabelecimento de nossa humanidade do que qualquer um dos conhecimentos concretos que assim se perpetuam ou se transmitem. A verdadeira educação pode ser definida não só em ensinar a pensar como também em aprender a pensar sobre o que se pensa. A educação sempre nos vem de outros seres humanos. É preciso perceber que o homem e a mulher só são educados por outros seres humanos e que já foram educados também por outros seres humanos. O primeiro e maior objetivo da educação é nos tornar conscientes da realidade de nossos semelhantes. As crianças, por exemplo, são os melhores professores de outras crianças em coisas nada comum, como o aprendizado de diversos jogos. No seio familiar a criança aprende - ou deveria aprender – atitudes fundamentais, como: falar, limpar-se, vestir-se, obedecer aos adultos. A linguagem é a casa do ser. A linguagem é fundamental para a aprendizagem de outros saberes.
O primeiro contato que a criança recebe é com a família. A primeira socialização é com a família. A educação familiar funciona pela via do exemplo. A educação familiar apóia em gestos compartilhados. Por isso o que se aprende na família tem uma força extraordinária. Na família as coisas se aprendem de modo bem diferente de como ocorre na escola. O clima familiar é aquecido pela afetividade, existem poucas barreiras entre os parentes que vivem juntos e o ensino apóia-se mais nos contágio e na sedução do que em lições objetivamente estruturadas, com faz a escola. 
Porém, a questão central, é que no momento atual a família não mais desempenha plenamente seu papel de socializadora ou de educadora nas questões mais elementares, como falar e ouvir. Por outro lado, a escola, além de não poder realizar sua tarefa específica como no passado, também começa a ser objeto de novas demandas, para as quais não está preparada, ainda. Costuma-se dizer que estamos atravessando uma crise de autoridade nas instituições de formação do ser humano. O que supõe essa crise? Há uma antipatia e uma desconfiança nas instituições por falta de uma autoridade presente. Há uma confusão com relação ao próprio conceito de autoridade. Essencialmente, a autoridade não consiste em mandar. Etimologicamente, a palavra autoridade é oriunda de um verbo latino que consiste em algo como “ajudar a crescer”. O modelo de autoridade na família, ao longo dos anos, sempre foi à presença paterna, uma figura cuja dimensão era temível e ameaçadora, embora também afetuosa e justa. No momento, a figura do pai é a mais distanciada de todas.